domingo, 5 de abril de 2009

Elas Ajudam a Ressignificar nossos Acontecimentos


Desde que a vida tornou-se cada vez mais capitalista, as necessidade humanas cresceram absurdamente. Nós, mulheres passamos a fazer parte do mercado de trabalho de maneira voraz. Algumas de nós acreditam que nossa inserção no mercado se deu somente pelas conquistas do movimento feminista, que sem dúvida cumpriu um papel histórico extraordinário na conquista dos nossos direitos, entretanto, a verdade é que nós ficamos fascinadas pelo nosso poder de compra e pelas tantas tentações do mercado de consumo.

As necessidades ampliaram-se demais que só a renda do marido ou de um só trabalho não dá conta de suprir os custos de uma "vidinha básica": minimamente necessitamos de academia, de suplementos vitamínicos, de cremes para esticar, de cremes para reduzir, de peelings de cristal, de peelings de ouro, de minilifitings, de lipos variadas, de cursos de pós-graduação, cursos de inglês, de umas viagens para espairecer... E quem tem filha adolescente tem essas necessidades básicas quintuplicadas. Isso tudo sem incluir aqueles custos orçamentários mais indispensáveis como: plano de saúde, alimentação etc.

Nos tornamos trezentos por cento ocupadas. Primeiro, nos ocupamos com nossa condição profissional que ocupa mais e mais espaço em nossas agendas, quer produzindo, ou nos preparando para um desempenho excepcional e atualizado para que não corramos riscos de sermos descartadas de nossas empresas. Segundo, precisamos cultivar nossa eterna juventude fazendo uso de todos os recursos que a indústria da beleza oportuniza pois "temos que ser além de belas, jovens e gostosas." Terceiro temos toda a administração das questões domésticas com sua interminável lista de providências para que a casa funcione, minimamente, e consigamos ter à nossa disposição o micro-ondas, a tv à cabo, a máquina de lavar ou pelo menos o computador funcionando. Diante de tudo isso, sobra no máximo nossas indipensáveis seis horas de sono.

Nesse rolo compressor de ocupações inadiáveis acabamos muito solitárias ou, quem sabe, superficiais e frias. Sem espaço para os encontros afetivos mais verdadeiros e profundos, deslizamos pelos conhecidos com nossa máscara de alegria comprada e só depois de trombarmos com um grave atropelo da vida acordamos para a importância do que é simplesmente básico à saúde mental: a afetividade verdadeira.

Confundimos a amizade com popularidade banal e rede de contatos. É algo muito mais profundo: é um encontro de almas. Ocorre quando nos permitimos um relacionamento autêntico e revelador que permite ao outro uma entrada. Esse outro por ser diferente consegue ver em nós mesmas algo que ainda não percebemos. Sair da rotina para um simples almoço com as amigas tem um poder maravilhoso: ressignificar nossos acontecimentos. Nossos relatos de dores e de conquistas ganham novas cores e ênfases. Nosso ponto de vista é ampliado pelos olhares das amigas verdadeiras que com autenticidade e franqueza nos confrontam e nos fazem ver aquilo que sozinhas não estaríamos preparadas para ver.

Acredito que se incluirmos em nossas agendas como compromisso inadiável um encontro para aquela conversa com as verdadeiras amigas, nossa vida poderá ser mais amena e menos competitiva. São muitos os "benefícios": o abraço apertado, o riso solto, a máscara caída, o brilho no olho e a saudade no até breve. As verdadeiras amigas nos tornam melhores: mais vibrantes, mais solidárias... mais gente.

Um comentário:

  1. Amiga você é divinamente DEMAIS!!!!!Amei "Ressignificando sempre nossos acontecimentos".... Feliz Dia do Amigo!!!Amo você....

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